quarta-feira, 4 de maio de 2011

O assunto agora é tropeirismo... Projeto aproxima estudantes da realidade local

por Evelly Freitas



Relatos que nem o tempo pode apagar. Memórias da cidade de Vitória da Conquista e região contadas nos lombos de burros, jumentos e cavalos. “Eu nunca tinha ouvido falar sobre tropeirismo e gostei muito de conhecer a história”. É o que relata a pequena Ellen Rocha que com apenas 10 anos de idade compartilhou com mais 40 colegas presentes na tarde desta quarta-feira, 4, no Museu Regional Casa Henriqueta Prates, curiosidades e descobertas sobre o tema. 

As atividades fazem parte do projeto “Memória Histórica do Tropeirismo em Vitória da Conquista” que busca valorizar a história e a cultura regional através de relatos sobre o tropeirismo, aproximando um pouco mais crianças e adolescentes da rede pública de ensino da sua realidade. De acordo com Irlândia Maria Serra Negra, diretora do Museu, o local foi escolhido como sede do projeto por ser uma representação legítima da história da cidade, através dos vários elementos presentes no espaço. “A parceria vem de encontro com a proposta apresentada pela Uesb, através do Museu, em transformar o local em um espaço onde a história é realmente percebida”, explica.

Segundo Ebeilde Araujo, pedagoga e coordenadora do projeto, o trabalho nasceu de pesquisas realizadas por historiadores locais que perceberam a ausência do tema tropeirismo nos currículos escolares da região. “O tropeiro é um elemento muito importante na composição histórica da nossa cidade. Um patrimônio material e imaterial que precisa ser preservado”, afirma a pedagoga, que também falou da importância da parceria com a Uesb. “O Museu não pode ser apenas um espaço de contemplação. Ele precisa ser um local de vivência e de convivência com a arte e a história. Um ambiente onde se faz a história”, ressalta. 

Animada por músicas regionais, a criançada ouviu relatos sobre o tropeirismo na região, participou de brincadeiras, observou fotografias e objetos típicos utilizados pelos tropeiros, e entre uma atividade e outra ainda tiveram um tempinho para o lanche. E foi nesse clima de descontração que os colegas Gabriel Costa e Gabriel Pereira, comentaram sobre a tarde de aula diferente. “Meu avô foi tropeiro e foi muito bom saber mais sobre essa parte da história. Até reconheci alguns objetos que a professora mostrou na aula”, comenta Costa, reafirmando a fala do colega, “Foi muito interessante, eu já tinha ouvido falar sobre isso com meu tio e meu avô”, lembra o estudante. 

O projeto é desenvolvido pela Organização Não-Governamental (Ong) Carreiro de Tropa (Catrop) com  apoio financeiro da Diretoria de Museus do Estado da Bahia, Instituto de Patrimônio Artístico e Cultural, Secretaria da Fazenda e Secretaria de Cultura do Estado da Bahia. Para a professora Maris Stella Novaes, historiadora e fundadora da Ong, a participação dos alunos durante as oficinas é algo emocionante. “A cada turma é uma surpresa enorme, pois a resposta dos alunos tem sido satisfatória. O que nós queríamos era que eles se reconhecessem enquanto sujeitos históricos. E isso foi alcançado”.

Os trabalhos continuam até o mês de dezembro. E se você tem interesse de conhecer um pouco mais sobre essa e outras histórias da região, faça uma visita ao Museu Regional, que funciona em horário comercial e fica localizado na Praça Tancredo Neves, no Centro da cidade. Para mais informações, entre em contato pelo telefone (77) 3424-2559.  


Assessoria de Comunicação

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