sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

LANÇAMENTO DO PROJETO MEMÓRIA HISTÓRICA DO TROPEIRISMO EM VITÓRIA DA CONQUISTA-BA


DATA: 10/ DEZEMBRO/2010
LOCAL: MUSEU REGIONAL/UESB


Por Ebeilde Araujo Pedreira Goulart


As idéias do uso educacional do museu atingiram o Brasil ainda nos anos 30, através de estudiosos da geração do educador Anísio Teixeira e que como ele trabalhavam dentro do conceito da “Escola Nova” que apontavam para a necessidade do museu se incorporar à educação regular, sobretudo à educação infantil de forma precisa e coordenada e não como local de simples visitas anuais, por mais animadas que fossem.


A maior experiência brasileira nessa área é a do Museu de Arte de São Paulo-MASP, que já antes de sua fundação, em 1947, oferecia ações educativas para as crianças. O MASP inaugurou sua primeira atividade, com a intenção de que ela integrasse a estrutura do Museu: O Club Infantil de Arte que foi criado pelo empresário das comunicações Francisco Assis Chateaubriand e coordenado pela socióloga Suzana Rodrigues. Esse Club foi a primeira experiência com crianças dentro de um museu na América Latina.



Segundo Chateaubriand “o museu deve se iniciar dando prioridade às crianças, porque elas serão nosso público de amanhã”.


Como pioneira em ações educativas em museu, a socióloga Suzana Rodrigues combate aquela forma de ensino que obriga as crianças a ficar copiando forçosamente linhas geométricas ou figuras restritas, sem poder criar usando sua fantasia e sua imaginação. 

Por diversos motivos, as atividades, que começaram com certa intensidade, acabaram se dispersando com os anos, acontecendo apenas iniciativas esporádicas.

A necessidade da implantação de áreas educativas nos museus, que desenvolvam atividades regulares e contínuas e contem com profissionais especializados, tem-se tornado crescente em âmbito mundial, nas últimas décadas e no Brasil, mais particularmente nos últimos anos.

É um reflexo da consciência de que um caminho para os Museus enfrentarem os desafios da vida contemporânea consiste no estabelecimento de novas relações com os públicos, na perspectiva de construção de uma cidadania consciente. 

Os Museus têm potencial para oferecer oportunidades educacionais para pessoas de todas as idades, formações, habilidades, classes sociais e etnias. Podemos utilizar algumas práticas educativas dentro dos museus: Visitas orientadas e dialógicas; encontro com professores; oficinas de férias, programa para famílias, ateliês, exposições itinerantes; animação teatral e execução de projetos específicos.

Segundo Magaly Cabral (pedagoga, antropóloga e Mestre em Artes) a educação em museus pode desenvolver suas ações à luz das novas perspectivas pedagógicas, utilizando a arte e educação nos processos de interação com diferentes públicos. Ela diz que “o museu deve ser fórum, lugar de encontro, espaço de debate, um lugar em que as coisas se produzam e não apenas o já produzido é comunicado”.

É concordando com a autora citada, que estamos motivados para executarmos o Projeto Memória Histórica do Tropeirismo em Vitória da Conquista, que conta com o apoio financeiro da Secretaria Estadual de Cultura e do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural- IPAC e ainda, com o Apoio da Diretoria de Museus da Bahia- DIMUS, da UESB, da ONG Carreiro de Tropa- Catrop, da qual eu faço parte desde 2007.

A equipe executora do Projeto é composta por mim, pedagoga e especialista em Educação, Cultura e Memória, pela Historiadora e Especialista em Educação, Cultura e Memória Maris Stella Schiavo Novaes, pelo pesquisador Saulo Moreno Rocha e contaremos com o apoio técnico do produtor cultural Manno di Sousa e do jornalista e designer gráfico Márcio Lopes. As ações do projeto serão supervisionadas pela Diretora do Museu Regional de Vitória da Conquista, Profa. Irlandia Maria Serra Negra Coelho Rocha, doutoranda em Desenvolvimento Regional e Mestre em Memória Social e Documento e com Licenciatura plena em História.

O Projeto será desenvolvido no Museu Regional de Vitória da Conquista/UESB e tem como objetivo geral divulgar o tropeirismo como patrimônio cultural e imaterial de Vitória da Conquista junto aos estudantes das escolas públicas. Vai contemplar 36 Escolas da nossa cidade, sendo, 18 Estaduais e 18 Municipais oferecendo 03 Oficinas semanais com duas horas de duração e cada escola contemplada enviará 90 alunos.

O Projeto terá duração de 10 meses tendo início em dezembro de 2010 e finalizando em setembro de 2011. A Equipe executora do Projeto juntamente com os participantes irá produzir
uma Cartilha e um DVD Interativo como resultado final das ações educativas do projeto.

Esperamos contar com o apoio de todas as Escolas no sentido de promovermos uma aprendizagem significativa sobre o tropeirismo para todos os participantes, proporcionando a ampliação do olhar crítico sobre a pluralidade cultural da Região Sudoeste.


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